O ponto de partida da identidade foi o próprio museu, assim como em outros anos, mas ao invés de se concentrar em um único elemento específico que fosse marcante, como seus azulejos ou seu piso, a idéia foi de criar um sistema versátil que pudesse se apropriar das cores, formas e texturas do museu e do seu entorno para gerar quantas imagens fossem necessárias ao longo do evento

Um importante elemento, criado especificamente para tal tarefa, foi a fonte MAP, desenvolvida utilizando o letreiro da fachada do museu como base. Na identidade, a rigidez geométrica presente na fonte (característica marcante do modernismo de forma geral) se opõe às formas curvas presentes no museu e na lagoa (característica marcante do modernismo à la Niemeyer).

No decorrer dos seus 6 meses de duração a identidade pôde evoluir junto com o programa. A medida em que os trabalhos dos artistas selecionados ia ganhando corpo e forma a identidade foi, aos poucos, saindo do papel de protagonista para assumir o papel de coadjuvante.

Apesar da identidade visual ter sido concebida antes mesmo da seleção dos artistas particapantes do Bolsa Pampulha, o catálogo, organizado por Daniel Toledo, foi elaborado após a realização da exposição. Desta forma, foi possível refletir sobre todo o trabalho produzido ao longo do evento.

O tema-comum, que surgiu como fio-condutor do catálogo, foi a contradição entre o "moderno", enquanto sinônimo de novidade e progresso, e o "modernismo", enquanto escola de pensamento que levou à construção do octagenário Conjunto Arquitetônico da Pampulha.

As capas do catálogo apresentam a mesma dualidade. Enquanto a frente da jaqueta evidenciam o ideal modernista, seu verso e capa do livro mostram as falhas e limitações do plano-piloto com as quais temos que lidar atualmente.